PROJETO
DE ESTÁGIO EM GESTÃO
ESCOLAR
Projeto elaborado para avaliação da
disciplina de Estágio Supervisionado em Gestão Escolar do 7º
período do curso de Pedagogia do circuito X da UP de Iraquara-BA, sob
orientação da professora Maria Luiza Ferreira dos Santos.
SUMÁRIO
1. Apresentação.................................................................................................03
2. Objetivos.........................................................................................................04
3. Justificativa
...................................................................................................04
4. Cronograma
...................................................................................................06
5. Recursos.........................................................................................................08
6. Avaliação........................................................................................................09
7. Referências Bibliográficas ...........................................................................12
APRESENTAÇÃO
Formar os acadêmicos da graduação
em Pedagogia para
a criticidade e a
autonomia, constitui-se
condição indispensável para
as práticas pedagógicas emancipadoras, democráticas e
voltadas à implementação das leis educacionais brasileiras.
Sendo assim, propor uma ação didática
inovadora para a condução do Estágio Supervisionado em Gestão
Educacional ,
foi entendida como possibilidade
e desafio. Buscou-se construir uma proposta docente baseada
em argumentos que
defendem a educação
problematizadora
constituindo-se em
alternativa viável para
a formação de
um pedagogo crítico,
reflexivo e conectado
com o seu tempo sócio-histórico.
Nos espaços de formação docente têm-se
as salas de aula, como lócus privilegiado na aquisição de conhecimentos e as
escolas como locais de aplicação prática, que devem ser entendidos como
indispensáveis para a problematização
e desvelamento da
realidade.
“Em tais espaços pode-se fazer emergir
a consciência que guiará as ações pedagógicas dos profissionais da educação e,
sendo assim a função primeira do professor, formador de educadores, é garantir
condições de ensino e de aprendizagem eficientes” (CROCE, 2003, p. 59).
A partir de dados teóricos obtidos em
estudos propostos na Disciplina de Estágio Supervisionado em Gestão Escolar. Foram
criadas equipes de trabalho para o planejamento, organização e desenvolvimento
do Projeto de Estágio Supervisionado em Gestão Educacional.
Para que a atividade docente pudesse se desenvolver de modo
equacionado entre os diferentes orientadores de estágio, foi montado um Plano
de Trabalho onde estava explícito todo o
trajeto de construção
de conhecimentos, além
de fornecer subsídios
teóricos necessários ao entendimento
da Metodologia do
Ensino com Pesquisa
criando laços profissionais importantes
e, ao mesmo
tempo, gerando curiosidade
pela obtenção de resultados, após o período determinado
para o Estágio.
Foram muitos os percalços e
obstáculos vencidos, vários
também foram os momentos de embate entre docentes e
discentes, assim como inúmeras foram às vezes em que houve confronto ideológico
entre as partes envolvidas, todavia, tem-se hoje a certeza de resultados
extremamente positivos. Na sequência,
discutiremos, ainda que
de maneira breve,
as dificuldades reais quando
se propõe formar
gestores educacionais.
OBJETIVOS
- Preparar
futuros gestores para tecer conhecimentos específicos da área em
comunhão com o
desenvolvimento de valores,
posturas, visões
diversificadas e críticas de mundo e das relações interpessoais.
- Realizar
um diagnóstico dos elementos importantes para o desenvolvimento da práxis
pedagógica na gestão escolar.
- Acompanhar
as atividades avaliativas e administrativas como também documentos
importantes para o funcionamento da instituição como projeto político
pedagógico e o regimento escolar.
- Desenvolver
juntamente com a comunidade escolar, ações que ressaltem a participação no
conselho escolar como processo de construção e legitimação da gestão
democrática na escola.
JUSTIFICATIVA
O
problema das concepções de educação pode ser abordado de diferentes maneiras.
Um enfoque possível é a partir da filosofia identificando-se, em consequência,
as principais concepções de educação expressas nas grandes tendências que se
manifestaram ao longo da história. Nessa linha de análise poderíamos chegar às
diversas concepções de filosofia da educação considerando também as correntes
filosóficas a elas articuladas. Outra forma de abordagem seria levar em conta o
aspecto propriamente pedagógico o que nos conduziria a identificar as
principais correntes pedagógicas como o escolanovismo, o não-diretivismo, o
construtivismo, o behaviorismo, etc. Outra maneira seria considerar a educação
a partir da função social desempenhada nas diferentes sociedades ao longo do
tempo. Nesse caso a educação seria concebida como um processo de inculturação
ou aculturação das novas gerações nas tradições e nos costumes característicos
de uma formação social determinada. Nesse âmbito emergiriam como assinalou
Durkheim, os papeis de homogeneização e diferenciação requeridos de seus
membros por parte da sociedade.
Muitas são as dúvidas sobre a ação
efetiva dos sujeitos, quer na escola fundamental quer no meio acadêmico, quanto
à condução do processo
educativo/formativo de
professores e alunos,
para que se
alcance qualidade de
ensino e de
aprendizagem. Nos debates e discussões
sobre as metas
que se deseja
alcançar, os docentes
adquirem fôlego redobrado quando
se propõem a
abraçar idéias desafiadoras.
Todavia, é necessário saber quem
são, hoje, no
espaço escolar e
universitário, o professor
e o aluno
e quais as
suas atribuições no processo
de ensino e
aprendizagem, a partir
de uma visão
sistêmica da educação (BEHRENS,
2000).
É necessária uma reflexão preliminar
destas questões, e de outras mais específicas acerca, especialmente, do
significado da gestão
e do papel
do diretor, no
espaço escolar. Pimenta e Libâneo
(1999, p.252-254), defendem um curso
de Pedagogia que
forme profissionais da educação
que “[...] atuarão
nos vários campos
sociais da educação, decorrentes de
novas necessidades e
demandas sociais”. Estes autores argumentam ainda que “a ação pedagógica
não se resume
a ações docentes,
de modo que,
se todo trabalho docente é
trabalho pedagógico, nem
todo trabalho pedagógico
é trabalho docente
[...]” (PIMENTA E LIBÂNEO, 1999, p. 254). Preparar o pedagogo para atuar
em diferentes espaços educativos tem sido o grande desafio da Educação
Superior. As Diretrizes Curriculares
para o Curso de Pedagogia nos dão a certeza dos
papéis a serem
desempenhados pelos pedagogos
e da formação
mais adequada ao exercício
da profissão. Certamente ainda restam algumas
questões que demandam
esclarecimento e definições no sentido de salvaguardar o espaço social,
político e profissional do pedagogo. O
desafio abraçado na
condução do Estágio
possibilitou-nos o levantamento
das questões que continuam
permeando o meio
universitário, especialmente nos
cursos de licenciatura: como
conciliar teoria e
prática para que
o ganho qualitativo
do aluno seja condizente com
a sua futura
função ou cargo?
Esta indagação conduziu-nos ao propósito de uma pesquisa
participante na qual,
ainda que em
situações e tarefas
diferentes, “[...]
pesquisadores e pesquisados
são sujeitos de
um mesmo trabalho
comum [...]” (BRANDÃO, 2001, p.
11).
Para realizar este tipo de pesquisa,
porém, foi imprescindível uma orientação e uma troca de idéias bastante
esclarecedora, entre os docentes e discentes, que pudesse desvelar alguns
dogmas acerca da prática de estágio.
O conhecido estágio em licenciatura não poderia servir como parâmetro na
organização dos estudos sobre gestão escolar, haja vista a especificidade do
campo em questão.
Concluiu-se que a melhor maneira de desenvolvê-la, além de
buscar uma base teórica consistente seria gerar oportunidades de novos olhares
sobre a formação do pedagogo.
CRONOGRAMA
DATA
|
ATIVIDADE PROPOSTA
|
DESENVOLVIMENTO
|
DURAÇÃO
|
RECURSOS
|
07/02/2012
|
Observação da infra estrutura da
instituição.
|
Aplicação do roteiro de observação.
|
4 horas
|
Ficha de observação
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08/02/2012
|
Observação das relações
interpessoais entre os funcionários
|
Observando e anotando o envolvimento
entre a direção e funcionários da escola.
|
4 horas
|
Ficha de observação
|
09/02/2012
|
Observação do desenvolvimento e
organização dos trabalhos diários.
|
Observando e anotando o andamento do
trabalho dos funcionários da escola.
|
4 horas
|
Ficha de observação
|
10/02/2012
|
Recursos didáticos disponíveis.
|
Aplicação do roteiro de observação.
|
4 horas
|
Ficha de observação
|
16/02/2012
|
Práticas de gestão e coordenação
realizadas no ambiente escolar.
|
Aplicação do roteiro de entrevista
com o gestor.
Entrevistas e observações no
contexto escolar.
|
4 horas
|
Ficha de observação
|
17/02/2012
|
Acompanhamento das rotinas
organizacionais e administrativas.
|
Participação em reuniões em diversos
setores da escola e em atividades de planejamento.
|
4 horas
|
Anotações
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20/02/2012
|
Acompanhamento das atividades de
secretaria.
|
Abordagens, entrevistas e
observações.
|
4 horas
|
Anotações
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21/02/2012
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Análise da proposta pedagógica e
regimento escolar.
|
Leitura e análise crítica dos
documentos.
|
4 horas
|
Anotações
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22/02/2012
|
Análise da proposta pedagógica e
regimento escolar.
|
Leitura e análise crítica dos
documentos.
|
4 horas
|
Anotações
|
23/02/2012
|
Elaboração e planejamento do projeto
de intervenção sobre o conselho escolar.
|
Discussões sobre o cotidiano da
escola e ações do conselho escolar.
|
4 horas
|
Anotações
|
24/02/2012
|
Elaboração e planejamento do projeto
de intervenção sobre o conselho escolar.
|
Discussões sobre o cotidiano da
escola e ações do conselho escolar.
|
4 horas
|
Anotações
|
27/02/2012
|
Atuação gestora na ação do conselho
escolar.
|
Discussões acerca da função da
gestão.
|
4 horas
|
Anotações
|
28/02/2012
|
Atuação gestora na ação do conselho
escolar.
|
Discussões acerca da função da
gestão.
|
4 horas
|
Anotações
|
01/03/2012
|
Análise e leitura do Projeto
Político Pedagógico.
|
Leitura e interpretação do PPP.
|
4 horas
|
Anotações
|
02/03/2012
|
Acompanhamento das atividades do
conselho escolar.
|
Palestra: O papel do conselho
escolar na democratização da escola.
|
4 horas
|
Anotações
|
05/03/2012
|
Acompanhamento das atividades do
coordenador pedagógico.
|
Discussão sobre o processo ensino
aprendizagem.
|
4horas
|
Anotações
|
RECURSOS
Recursos Humanos:
- Comunidade
escolar.
- Comunidade
local.
- Aluna
estagiária.
Recursos de Transporte:
- Carros
locados para levar os alunos até a escola, já que estes residem em
comunidades distantes da escola.
- Carro
locado para levar os professores que moram na sede e que trabalham na zona
rural.
Material Permanente:
- São
os materiais de uso da comunidade escolar.
AVALIAÇÃO
A etapa realizada no ambiente escolar
teve como objetivo desenvolver nos acadêmicos um olhar questionador. Com o
pré-projeto em mãos, utilizado como bússola, o acadêmico participava das
atividades do setor determinado em seu cronograma, buscando conhecer o
funcionamento do mesmo e a integração dele com os demais segmentos da unidade
escolar. Amparados pelas discussões que
orientaram a elaboração do material, aproveitavam este momento para observar as
ações dos profissionais no ambiente escolar e aprender com eles.
Realizar um estágio de gestão
escolar é uma oportunidade única e indispensável, para o futuro pedagogo. Nada
melhor do que vivenciar o dia a dia de quem comanda uma instituição de ensino
para saber o que realmente acontece, como são tomadas as decisões.
Muitas vezes o que é planejado e discutido na teoria, na
prática não funciona tão bem quanto era esperado, muitas vezes resulta em
atritos e mais problemas. Quando isso acontece, as práticas devem ser
reavaliadas pela equipe gestora e pedagógica com maturidade e coragem para que
se possa realizar uma mudança de estratégias e corrigir o que não deu certo.
Administrar
uma escola pequena ou grande não é nada fácil. Uma escola com tantos problemas
e carências em seu entorno é ainda mais complicado, porque quem ali trabalha
compartilha das angustias e esperanças da comunidade. Muitas vezes ficam de
mãos atadas na expectativa de que os órgãos competentes tomem as providências
há muito solicitadas e que poderiam melhorar a vida das pessoas e por
conseqüência ajudariam a melhorar o ambiente da escola.
Mais
do que nunca é necessário que a equipe gestora seja competente, preparada,
corajosa e acima de tudo, DEMOCRÁTICA, discuta os problemas com a comunidade,
escute o que as pessoas têm para dizer, as sugestões e as críticas. Pois é a
partir de uma avaliação que se corrigem os erros e se acerta o rumo.
O
Conselho Escolar e Círculo de Pais e Mestres, quando realmente representativo e
participativo é de grande importância para uma gestão de qualidade e realmente
voltada para os reais interesses da comunidade.
Construir
junto com toda a comunidade escolar uma Proposta Pedagógica, ouvindo todos os
segmentos envolvidos, pois por mais humilde que sejam as pessoas tem o direito
de ser ouvidas e muitas vezes têm contribuições importantíssimas e
surpreendentes para dar. Uma gestão democrática em que todos se sintam
participantes e importantes na tomada de decisões gera um comprometimento e uma
responsabilidade que é divida com todos, sem sobrecarregar a equipe gestora,
que então pode dividir acertos e erros, e buscar conjuntamente soluções e com
isso agiliza o trabalho e a escola com certeza funciona melhor. É muito
importante se dar atenção especial às críticas, ouvindo e analisando as mesmas,
pois é com elas que podemos ver o que não está funcionando bem. Muito melhor
que elogios que apesar de serem importantes e motivadores, muitas vezes são
apenas uma ilusão, as críticas geralmente são um alerta para a equipe gestora
mudar de atitude e estratégia.
Uma
escola em que todos participam e são ouvidos, com certeza colherá resultados
positivos e as pessoas que ali trabalham e convivem terão prazer em realizar
suas funções e ver que também são responsáveis pelo sucesso da mesma.
O
principal motivo de uma escola existir são seus alunos, que ali vem em busca do
conhecimento e que merecem uma educação inclusiva e de qualidade, não
importando a classe social a que pertencem. Se lhes falta interesse, cabe a
escola, motivá-los, se têm dificuldades, cabe a escola investigar o problema e
fazer os encaminhamentos necessários. Não se pode simplesmente culpá-los, ou
culpar o baixo nível de escolaridade de suas famílias temos que motivá-los e
despertar suas potencialidades, pois todos são capazes de aprender e percebendo
que são valorizados e acompanhados com interesse, terão prazer em estar na
escola. E a escola estará então cumprindo sua função social.
As
relações de poder na escola, não podem ser exercidas por pressões ou ameaças
veladas ou não, tem que ser compartilhadas, abertas e humanas, pois se trata de
um lugar de busca de conhecimento e igualdade de oportunidades, inclusão e
relações humanas e complexas, por conta da diversidade ali existente. O poder
jamais pode ser imposto simplesmente, deve ser compartilhado. Pois uma gestão
centralizada e burocrática na tentativa de ser competente, não funcionará por
muito tempo, pois estará sendo exercida sem alma e coração e estará esquecendo
as ricas e delicadas relações humanas ali existentes.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
LIBÂNEO, José Carlos; PIMENTA, Selma Garrido.
Formação dos profissionais da educação: visão crítica e perspectivas de mudança.
In: PIMENTA, Selma Garrido (org). Pedagogia e Pedagogos: caminhos e
perspectivas. São Paulo: Cortez, 2002.
AGUIAR, Márcia Ângela da Silva. A
formação dos profissionais da educação básica no curso de Pedagogia. In: AGUIAR, Márcia Ângela da Silva e FERREIRA,
Naura Syria Carapeto (Org.). Para onde
vão a orientação e a supervisão educacional?
Campinas: Papirus, 2002b. p. 107-122.
(Coleção Magistério, Formação e Trabalho Pedagógico).
BEHRENS, Marilda Aparecida. Formação
continuada dos professores e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1996.
_________ O Paradigma emergente e a
prática pedagógica. 2. ed. Curitiba: Champagnat, 2000.
SAVIANI, Dermeval. Educação no Brasil:
Concepção e desafios para o século XXI. Campinas, 2 de novembro de 2000.
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